Por Pedro Henrique M. L. da Fonseca
É fato que a química é uma ciência extremamente presente em nosso dia a dia, mas
dificilmente as pessoas sabem como ela age ao nosso redor. Podemos pegar como
exemplo uma simples visita ao salão de beleza: ela pode envolver muito mais a mais a
química do que você pode imaginar! Este é o caso do relaxante capilar, você já procurou
saber como ele consegue alisar os fios de cabelo?
O alisamento dos fios pode ocorrer de diversas formas, mas uma das mais comuns
é o alisamento químico, que recebe este nome devido ao uso de algum reagente capaz de
alterar de forma permanente a estrutura do cabelo, sendo o tioglicolato de amônia um dos
mais utilizados na indústria.
O cabelo é formado por proteínas, sendo em sua maioria queratina, que possui
ligações de dissulfeto que ocorrem entre a cisteína presente na mesma. Este reagente age
sobre estas proteínas que formam o fio, quebrando as ligações de dissulfeto (S-S) entre as
cisteínas da queratina, presentes em uma região mais interna do fio, o córtex, através de
um processo de redução, tornando a estrutura do cabelo maleável.
Após ocorrer a quebra dessas ligações, o fio é esticado através de uma ação
mecânica de tração, para que as ligações se reorganizem de forma que a estrutura do
cabelo fique lisa. Logo após, é aplicado uma substância oxidante, também conhecida como
neutralizante, que é responsável por restabelecer as ligações de dissulfeto que haviam sido
quebradas pelo tioglicolato de amônia e reorganizadas neste novo formato, fazendo com
que o alisamento seja permanente.
Então, sabendo dos diversos processos que a aplicação de algum ativo pode
acarretar, podemos observar a importância de buscar, sempre que possível, se manter
informado sobre as substâncias químicas as quais fazemos uso, sempre que as mesmas
possam oferecer algum grau de risco, estando sempre atento aos rótulos e concentrações
dos ativos nos produtos escolhidos.
REFERÊNCIAS:
DELFINI, Fernanda N. A. – Ativos alisantes em cosméticos. 2011. TCC (Graduação) – Farmácia-Bioquímica,
Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade Estadual Paulista. Araraquara, 2001. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/118857 Acesso em: 11 ago. 2022.
COLENCI, A V. P. – Estudo de uma formulação contendo o biopolímero quitosana sobre a fibra capilar
caucasiana. 2007, 103f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação Interunidades em
Bioengenharia, Escola de Engenharia de São Carlos Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Instituto de Química de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2007. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/82/82131/tde-14022008-090538/publico/TDE_AnaVivianParrelliCole
nci.pdf. Acessado em: 11 ago. 2022.
SÁ DIAS, T. C. Avaliação in vitro do efeito de diferentes processos de alisamento químico/térmico na
fibra capilar. 2015. 198f. Tese (Doutorado). [Programa de Pós-Graduação em Fármaco e Medicamentos Área de Produção e Controle Farmacêuticos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo], São Paulo, 2015. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/82/82131/tde-14022008-090538/publico/TDE_AnaVivianParrelliColenci.pdf
Acesso em: 11 ago. 2022.
