Química Sintética: Metanfetamina

Química Sintética: Metanfetamina

Por: Luigi Rodrigues Miranda

A metanfetamina (MA) ou (S)-N-metil-1-fenil-propan-2-amina (C10H15N) ou conhecida também por “meth, cristal, speed, ice, glass, rebite, bola e outros” é uma droga sintética pertencente à classe das anfetaminas, essa droga psicoativa possui efeito estimulante no sistema nervoso central (SNC) e a duração do seu efeito depende da quantidade e do local onde for administrada, podendo ser via oral, nasal, intravenoso, diluída em bebidas e outras. Agindo no sistema nervoso central e periférico, essa droga “possui 7 fases” que os usuários da droga costumam sentir, dependendo do usuário os efeitos das fases são mais ou menos intensos.

Excitação: Durante a excitação, o batimento cardíaco, o pulso e o metabolismo são elevados e o efeito dura por volta de 30 minutos.

Elevação (Noia): Nessa fase, efeitos ilusórios da elevação podem levar à hábitos repetitivos que duram várias horas. também o usuário torna-se agressivo, mais eufórico, inteligente, além de falar muito. Geralmente, a elevação pela droga dura de 4 a 16 horas.

Avidez: Nessa fase, o consumidor tem prioridade em manter a Noia por meio do uso de mais metanfetamina. A avidez deixa o usuário muito hiperativo e com bastante disposição física e mental, podendo durar mais de uma semana.

Tweaking: No tweaking o usuário está na parte final da avidez, quando a metanfetamina já não proporciona uma excitação ou Noia. Ele não suporta os sentimentos de vazio, depressão e ânsia e perde a noção da realidade e o sentido de identidade. Ele começa a ter alucinações constantes e é comum “ver” pessoas lhe perseguindo querendo matá-lo. Nessa fase, as alucinações são tão perigosas que parecem ser reais. O indivíduo torna-se agressivo e perigoso para si e para outros, podendo ser agressão física e/ou verbal.

Queda: A fase de queda simboliza o colapso do corpo. Diante da incapacidade de lidar com os efeitos das drogas, há um longo período de sonolência. Um usuário agressivo e violento torna-se praticamente inanimado por volta de 3 dias.

Ressaca: A ressaca contribui para ressaltar a dependência, pois, a melhor forma para fugir da realidade é consumir mais metanfetamina. Após o período de queda, o consumidor retorna bastante faminto, desidratado e exausto e experimenta uma exaustão física e psicológica.

Abstinência: O usuário fica sem utilizar a droga e o seu organismo sente falta da mesma. Depressão, indisposição e agressividade são comuns nessa fase, além de não conseguir sentir outros tipos de prazer equivalentes ao da metanfetamina.

Essa droga foi mencionada por uma das séries mais premiadas e conhecidas até hoje, a série americana “Breaking Bad”. Onde possuía laboratórios clandestinos e um profissional com conhecimentos suficientes para síntese da metanfetamina, o professor de química Walter White. No Brasil em 2003, no estado de Santa Catarina houve um caso de um engenheiro químico que se reuniu com algumas pessoas envolvidas com tráfico de drogas e se propuseram a realizar a síntese de uma droga sintética MDA) em um galpão isolado da cidade, não é a mesma droga que a metanfetamina (MA), entretanto os
produtores clandestinos quando foram presos pela Polícia Federal confirmaram que se inspiraram na série americana para sintetizar a droga.
Vale ressaltar que, independentemente da forma de consumo, todos os usuários desenvolvem uma tendência para continuar a usando a droga, pois a droga tem efeito estimulante no sistema nervoso central e cria uma falsa sensação de alegria, bem-estar, autoconfiança e felicidade. Quando o uso de metanfetamina atinge um estado crônico, a dose precisa ser aumentada para evitar crises de abstinência, que provocam aumento de apetite, sensação de cansaço extremo e sonolência. Atualmente no Brasil, a metanfetamina é considerada ilícita, ou seja, não pode ser prescrita para fins medicinais, pois foi banida pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nos anos 90.

Referências:
Muakad, I. B. (2013). Anfetaminas e drogas derivadas. Revista Da Faculdade De Direito, Universidade De São Paulo, 108, 545-572. Recuperado de https://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/view/67996

MARCON, C. et al. Uso de anfetaminas e substâncias relacionadas na sociedade
contemporânea. Revista Disciplinarum Scienti, Universidade Franciscana, v. 13, n. 2, p. 247-263. Recuperado de https://periodicos.ufn.edu.br/index.php/disciplinarumS/article/view/1018

https://hospitalsantamonica.com.br/metanfetamina-tudo-que-voce-precisa-saber-sobrea-droga/

https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2019/03/03/quimico-brasileiro-se-inspira-emserie-de-tv-para-fabricar-drogas-sinteticas.ghtm

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