Por Guilherme AS Silva
O Smog fotoquímico é um presente e histórico efeito da poluição nos grandes centros
urbanos. Temos como seu primeiro caso notável o FOG londrino (grande nevoeiro de 1952)
e o Smog presente em muitas cidades grandes e com intensidade demográfica, como
Los Angeles (nevoeiro de 1970) e em cidades globais como New York, Tóquio, Pequim,
Moscou e até São Paulo. O nome vem da associação entre Smoke (fumaça) e Fog
(névoa). E atualmente, através dos estudos da química ambiental, denominamos esse
efeito smog fotoquímico devido a sua formação estar ligada a reações fotoquímicas sobre
os gases poluentes gerados pelas atividades antropogênicas.
Os poluentes gerados pelas atividades humanas estão principalmente relacionados à
atividade de veículos e sistemas automotores a partir de combustíveis fósseis, assim
como as reações de combustão geradoras de fuligem que ocorrem nas demais atividades
industriais. E necessitam de fatores geográficos para formar o smog, como densidade
populacional, concentração de indústrias, pouco movimento de massas de ar e uma alta
umidade do ar. Pois, quando temos uma baixa umidade do ar e todos os outros fatores,
observamos apenas a camada de poluição ao pôr do Sol, que parece bonita devido ao
efeito de Rayleigh.
Os gases óxidos de nitrogênio, dióxido de nitrogênio (NO2) e o monóxido de nitrogênio (NO), são os principais componentes do smog, Sendo tanto eles como os demais poluentes gerados principalmente em motores de combustão interna e de gases de atividades industriais. Como demais poluentes, temos os resíduos do uso de combustíveis, como o monóxido de carbono, os hidrocarbonetos gasosos e voláteis, chamados comumente de compostos orgânicos voláteis (COV), e a fuligem.
Embora a formação do monóxido de nitrogênio seja predominante, o dióxido de nitrogênio
também é formado em menor quantidade, nos processos de combustão em alta
temperatura em motores de combustão interna e em usinas de energia. E logo o monóxido
de nitrogênio é oxidado rapidamente em dióxido de nitrogênio na atmosfera.
A partir da liberação de todos esses poluentes na atmosfera, em condições descritas
anteriormente, temos a formação de uma fumaça mais densa e persistente. Na qual ocorre
ainda a formação de um composto ainda mais tóxico: o ozônio. Isso se dá pela reaçãofotoquímica do dióxido de nitrogênio (reação 1), que para sua dissociação necessita de 304
kJ/mol de energia, sendo essa energia fornecida através de um fóton de comprimento de
onda de 393 nm. Assim, com a luz do sol, o NO2 sofre dissociação, conforme a reação
citada, para formação do oxigênio atômico, podendo sofrer várias reações possíveis, uma
delas com a formação de ozônio (O3) a partir do oxigênio (O2) presente na atmosfera.
NO2 (g) + Fóton → NO (g) + O (g) Reação 1
O (g) + O2 (g) → O3(g) Reação 2
Embora o ozônio seja uma filtro para os raios UV na camada de protetora de ozônio da
atmosfera externa, quando este está presente na troposfera se torna um poluente indesejável,
sendo ele tóxico e reativo. É associado a danos no estado de saúde de pessoas que sofrem
com asma, bronquite e outras doenças respiratórias, além de praticantes de exercícios físicos
e idosos.
Com a formação do smog fotoquímico, estamos expostos a uma poluição do ar persistente,
que traz vários malefícios à saúde humana, haja vista a quantidade de mortos no grande
nevoeiro de 1952 em Londres, quando não havia preocupação quanto a liberação de gases
industriais, e outros, no ambiente sem devido tratamento de possíveis tóxicos ambientais.
Hoje, embora haja diminuição da liberação de gases poluentes, ainda há presença
significativa dos óxidos de nitrogênio, COVs, embora possam ser reduzidos com o uso de
conversores catalíticos no escapamento de automóveis, e ainda o monóxido de carbono.
Todos gases associados a poluição atmosférica e baixa qualidade do ar causadora de doenças
respiratórias.
REFERÊNCIAS:
BROWN, T. L.; JR, H. E. L.; BURSTEN, B. E.; BURDGE, J. R.. Química: a ciência central. 13. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. 1188 p.
BAIRD, C. Química ambiental. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011. 844 p.
SPIRO, T. G.; STIGLIANI, W. M. Química ambiental. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice, 2009. 328 p.
Artigo: O SMOG Paulistano
site: http://www.ambientemelhor.com.br/index.php/artigos/item/89-smog-paulistano