Dominância : A genética da coloração da pelagem dos cães

Dominância : A genética da coloração da pelagem dos cães

Por: Mariana Almada

Assim como todo ser vivo, os cães possuem um código genético, em outras
palavras, como uma receita de bolo que, em conjunto com a influência do ambiente,
vai determinar as características do cão. Dentre os genes presentes nesse código,
há os que determinam a coloração da pelagem e eles estão presentes em alguns
locus, que são, pedaços do cromossomo, portanto há vários genes diferentes que
contribuem de maneira independente ou não para as características de cor dos
pêlos. Nesses genes há os alelos, que são as variações das características
portadas nesses genes.


De forma geral há dois tipos de pigmentos que definem a cor dos pêlos, são
eles a eumelanin, que dá as cores preto, fígado, azul, isabelina, ele afeta o pêlo,
nariz e olhos; e phaeomelanina que dá o vermelho e afeta somente o pêlo. Além
disso, há padrões de pelagem como o merle, que resulta em um aspecto manchado
em uma pelagem de cor sólida ou bicolor e pode gerar olhos azuis e/ou
heterocromia (olhos de cores diferentes entre si). São 11 locus que determinam a
coloração dos pêlos e abaixo há um resumo da influência de cada um deles:

Locus A – “Série Agouti”, afeta a distribuição de tanto eumelanin como
phaeomelanin.
Locus B – “série de fígado”, afeta a cor de eumelanin.
Locus D – “série de diluição”, afeta a intensidade de eumelanin.
Locus E – “série extensão”, afeta a distribuição de eumelanin.
Locus G – “série embranquecimento”, afeta o modo como eumelanin mantém a sua
intensidade ao longo do tempo.
Locus H – “série arlequim”, modifica o merle.
Locus I – “série Intensidade”, afeta a riqueza de phaeomelanin.
Locus K – “série preto”, afeta o eumelanin.
Locus M – “série merle”, afeta a intensidade de eumelanin.
Locus S -“série manchas”, afeta a distribuição de todo o pigmento.
Locus T – “série malhado”, afeta a distribuição de todos os pigmentos.

Os cães possuem 39 pares de cromossomos. No caso da cor dos pelos, os
alelos presentes nos genes desses cromossomos afetam as características finais de acordo com o tipo de dominância de cada par. Há três tipos de dominância: completa, incompleta e codominância. Para entender esses três tipos é importante saber alguns conceitos:

Homozigoto – Quando os dois alelos do par são do mesmo tipo, ou seja, os dois
são recessivos ou os dois são dominantes. Nesse caso a característica final
expressa pelo gene, em outras palavras o genótipo, será certamente o do único tipo
de alelo presente.


Heterozigoto – Quando cada alelo do par é de um tipo, ou seja, um dominante e um
recessivo. Nesse caso o genótipo expresso depende do tipo de dominância do gene
em específico.


Alelo dominante – É aquele que em heterozigose no caso de dominância completa
sobrepõe as características do outro alelo, o recessivo, sendo assim somente sua
característica é expressa no genótipo.


Alelo recessivo – É aquele que em heterozigose no caso de dominância completa
sofre sobreposição do outro alelo, o dominante, sendo assim sua característica não
é expressa no genótipo.

A dominância completa é a mais comum nos seres de maneira geral. Nela,
em caso de heterozigose, o genótipo será expresso pela característica do alelo
dominante. A dominância incompleta é responsável por em um cão haverem cores
diferentes de pelo. Isso acontece porque em heterozigose, diferente do caso
anterior, não necessariamente há um alelo dominante, a característica dos dois
alelos presentes é expressa simultaneamente, mas de forma independente, ou seja,
há mais de uma característica expressa no genótipo, nesse caso, mais de uma cor
de pelo expressa.


Por fim, na codominância, ocorre, como comumente é chamado, a mistura de
cores. Isso quer dizer que em heterozigose, assim como no caso acima não
necessariamente há um alelo dominante, as características dos dois alelos são
expressas simultaneamente, mas não de forma independente, as duas
características são misturadas e o genótipo final é diferente dos genótipos nos
casos de homozigose, e sim a mistura dos dois, nesse caso, das duas cores,
gerando uma terceira.

REFERÊNCIAS:

SOUZA, Paulo Roberto E. de, et al. Genética Geral Para Universitários. 1o Edição.
Recife: Editora Universitária do UFRPE, 2015. Disponível em:
https://repository.ufrpe.br/bitstream/123456789/2355/1/livro_geneticageralweb.pdf
. Acesso em: 12 ago, 2022.


Genética e Cor, 2015. Disponível em:
https://caesdooeste.wixsite.com/geneticaecor/resumo-da-s-rie. Acesso em: 12
ago, 2022.


PETRONILHO, Jade. Os problemas de cruzar cachorros merle. Petlove, 2020.
Disponível em:
https://www.petlove.com.br/dicas/os-problemas-de-cruzar-cachorros-merle.
Acesso em: 12 ago, 2022.

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